domingo, 30 de setembro de 2012

18º dia: Santarém, Torres Vedras e Praia de Santa Cruz


Levantamos da cama, hoje, preparando o espírito paracomeçar a viagem de volta para casa. O hotel, apesar de novo, deixou um pouco a desejar: a água do chuveiro demorou a esquentar e o banheiro não tem espelho! Tomamos o café da manhã, que não estava com essa "bola" toda, e embarcamos em nosso veículo rumo a Santarém, de modo que, dali, seguiríamos para alguma praia próxima a Lisboa. Assim, ficaria mais fácil embarcarmos em nosso vôo de retorno, sem surpresas, pois teríamos tempo suficiente para alterar alguma coisa e, principalmente, não perderíamos o avião... O trajeto media 164 km e tivemos algumas dificuldades para chegar lá, já que continuamos rodando por estradas vicinais e, em nosso mapa rodoviário, umas estavam desenhadas tracejadas mas não existiam; outras existiam e não constavam do mapa! Vai entender... Mais uma hora de viagem e, enfim, chegamos à Santarém. Ela fica no alto de uma colina e a primeira coisa que fizemos foi procurar uma lan house ou cybercafe para pesquisar a qual praia iríamos. Encontramos uma placa sinalizando um Shopping Center e fomos até ele: é o lugar mais certo de se achar algo assim! Colocamos o carro no estacionamento e, depois de perguntarmos a várias pessoas, descobrimos que lá não havia estes tipos de serviços nem de estabelecimentos. Pagamos os 30 cêntimos do estacionamento e resolvemos arranjar um local onde pudéssemos comer os sanduíches que havíamos preparado no hotel (já virou tradição...). Achamos um bar/café chamado "Museu do Fau", com mesinhas na calçada sob a sombra de uma árvore. Nos instalamos e comprei uma cerveja long- neck Carlsberg para mim e umice tea para Mary. Findo o lanche fui até o interior do bar, "tirar a água do joelho". Lá dentro pedi informações ao atendente a respeito de "onde conseguir um local para navegar nainternet" e ele consultou um "gajo" que estava lendo um jornal, sentado a uma mesa, ao lado. Informaram-me que no "Teatro Sá da Bandeira", na praça de mesmo nome e perto do shopping onde havíamos estado, existem computadores disponíveis para tal. Agradeci e fui ao banheiro. No retorno, o cidadão que lia o jornal me parou e perguntou-me se eu já havia trabalhado na TV ou no cinema, pois ele e 0 amigo acham que já haviam me visto na tela de algum cinema ou da televisão! Surpreso com a abordagem e rindo, respondi-lhes, que ainda não, que ainda não tivera esta chance, que estavam me confundindo com alguém... Mas quem sabe algum dia? Ainda morrendo de rir, contei o ocorrido para Mary, dizendo que haviam me confundido com algum "galã" da TV ou do cinema... Ela, em tom de piada, comentou: "aqueles dois só podem ser gays!" Ri mais ainda! Seguimos para o tal teatro e lá ela descobriu que os computadores tinham sido transferidos para a Câmara Municipal e, como era domingo, não funcionava! Resolvemos, então, seguir adiante, até "Torres Vedras", a 90 km dali. Chegamos e "demos de cara" com outro shopping. É aqui mesmo, pensamos! E, novamente, a decepção: nada de lan houses ou cybercafes... Mas uma atendente de uma loja de celulares nos indicou que, no centro histórico da cidade, no café "A Brasileira", encontraríamos, além dos dois computadores que podem ser utilizados mediante pagamento, os deliciosos "Pastéis de feijão", tradicionais em Torres (que intimidade...) e especialmente preparados nesta "pastelaria", como eles costumam denominar estes estabelecimentos... Trata-se de outra especialidade da doçaria conventual, feito mesmo com feijões, mas não tem gosto nenhum deles! Bom, encontramos o café facilmente, estacionamos e fomos tentar usar a internet. Um dos micros estava ocupado com um adolescente, que jogava um videogame. O outro foi ocupado, exatamente na hora que entramos, por uma, digamos, "senhorinha", gordinha, que não desgrudou do equipamento nem quando acabou a energia elétrica por uns momentos. Até achamos que o próprio dono da pastelaria, um senhor muito educado, desligou um disjuntor para faltar energia e ver se os dois internautas desconfiavam que também queríamos "navegar". Enquanto aguardávamos nossa vez, saboreamos uns pastéis de feijão e um espresso. Como os dois usuários estavam demorando demais, tivemos que "subornar"o adolescente com 5 euros, para que ele nos cedesse a vez, "só um minutinho"! O dono do café já havia nos indicado uma praia ali perto, a 15 minutos de carro: "Praia de Santa Cruz" e, lá, oHotel Santa Cruz. Pesquisamos no site "booking.com" e ali diz que o preço era de €45 para o casal por noite, com o café da manhã incluido. Partimos para lá. A cidade não é grande mas é agradável e estava vazia, pois nos domingos os frequentadores voltam para suas casas em outros lugares. Achamos o hotel, que é pequeno, bem conservado e situado no centro da cidade. Fomos conversar com a Susana, que estava na recepção. Ela nos disse que a diária normal custava €65 mas que para nós, como era domingo e estavam quase todos apartamentos desocupados, poderíamos pagar €55! Falamos com ela que no site onde havíamos pesquisado o preço era menor. Ela disse que não poderia fazer nada, que era a política da empresa... Saímos para dar uma volta pelos arredores e decidimos que iríamos nos hospedar ali mesmo. Quando voltamos ao hotel a Susana estava conectada no booking.com. Ela mesma, então, fez as reservas para nós no site e ficou por €90 para duas noites, como queríamos! Descarregamos o carro e levamos as malas para o apartamento. Como seria nosso último pouso, antes de regressarmos a Lisboa e embarcarmos para o Brasil, aqui iríamos distribuir as lembranças que compramos nas duas malas, de modo a equilibrar, o máximo possível, o pêso de cada uma delas. Devidamente instalados, descobrimos que o condicionador de ar não funcionava... Falamos com a Susana e ela nos trocou de apartamento, do 3° para o 2° andar. Neste outro também não funcionou: o problema agora estava no controle remoto! Novamente mudamos de apartamento, agora para uma "suite", enorme, com dois cômodos. E o ar condicionado funcionando perfeitamente! Então descemos para fazer uma caminhada pelas redondezas e "reconhecer o terreno". Nos pareceu que não haviam mais hóspedes no hotel, além de nós e de um casal de idade que encontramos no saguão. Quando nósestávamos saindo do elevador e o casal entrando, o senhor me cumprimentou em francês(bon soir!): estávamos sendo confundidos com turistas franceses, outra vez... Será nosso "perfume"? Fomos em direção" à praia, A cor da água do Atlântico Norte, por ali, é de um verde maravilhoso! Dá vontade de dar logo um mergulho, mas é muito fria... Depois de mais de uma hora caminhando, voltamos ao hotel, tomamos um banho e saimos para jantar (quer dizer, almoçar!). Pedimos sugestões para a Susana onde poderíamos degustar um bom peixe grelhado. Ela nos mostra, num mapa, duas opções. A primeira delas não gostamos, apesar de ser na beira do mar, quase na areia da praia. Na outra opção, segundo ela, as preparações demoram muito. Passamos emfrente ao restaurante "Vela de Ouro", mas estava literalmente "lotado". É que estáva acontecendo, durante aquela semana, o "Festival da Sapateira", em vários restaurantes do lugar. E o mais solicitado era este! Sapateira é uma espécie de caranguejo, só que enorme! E os comensais martelavam e quebravam as cascas de seus exemplares e os saboreavam como se fosse a melhor das delícias! O barulho dos martelos trabalhando era ininterrupto... Desistimos dali e fomos procurar outro local. O Sr. Neves, dono da "Churrasqueira" (infelizmente ele não grelha peixes, só carnes e aves...), situada quase ao lado, nos diz para irmos ao "Manjar Real", uma quadra adiante. Lá chegamos e tivemos a grata surpresa de vê-lo fechando, as cadeiras sendo colocadas em cima das mesas: "amanhã é segunda-feira e não abrimos, então temos que arrumar tudo agora. Desculpem..., nos diz o dono!" e nos indica a "Pizzaria Mamma Mia"(!), no quarteirão seguinte. E para lá nos dirigimos. A garçonete, Renata, nos acompanha até uma mesa (ela é de Aimorés, Minas Gerais!), nos acomoda e traz o cardápio. Aí vem a agradável surpresa; eles podem nos preparar umaposta de "cherne" grelhada! Viva! E numa pizzaria, quem diria! Mary esnobou: pediu "bacalhau a Lagareiro", uma belíssima e gigantesca posta cozida e grelhada em bastante azeite, com batatas cozidas. Podemos afirmar, sem falsa modéstia, que foi o MELHOR BACALHAU que experimentamos durante toda nossa viagem. O cherne estava delicioso e veio com legumes cozidos. Ambos estavam muito bem servidos e sobrou muita comida que, tristemente, deixamos lá, pois não tínhamos porque pedir para fazer uma "quentinha", já que não teríamos oportunidade de comê-la no dia seguinte! Tudo isto foi regado com uma garrafa do vinho branco da casa "Quinta do Moleiro", gelado, refrescante e muito saboroso. Para "fechar com chave de ouro", um espresso para mim e dois calicezinhos de Vinho do Porto (vieram duas taças!), um para cada. Pagamos a conta (€38), agradecemos a atenção e o serviço e voltamos ao hotel. Mary telefonou para nossa filha e nos conectamos ao skype, utilizando um computador disponibilizado gratuitamente pelo hotel aos hóspedes. Tudo bem por lá e nosso filho estava, com amigos, em nossa casa de campo. Já era quase meia-noite e fomos dormir.
Referência gastronômica:
- Pizzaria Mamma Mia, Rua José Veríssimo, 14, Praia de Santa Cruz, Torres Vedras

Nenhum comentário:

Postar um comentário