domingo, 30 de setembro de 2012

16º dia: Sabugal, Sortelha, Belmonte, Manteigas, Covilhã, Castelo Branco

Acordamos sob os efeitos da "orgia gastronômica" da noite anterior, meio "empasinados". Neste momento tomamos uma decisão histórica: chega de comelanças exageradas! A partir de hoje vamos reduzir a ingestão de calorias e comer mais frutas, saladas, enfim, todas estes produtos que nos ajudam a manter o peso e diminuir os riscos de enfartes, etc. Conseguiremos? Quem viver, verá... Então, depois de um café da manhã bastante frugal, no hotel, colocamos algumas frutas e dois sanduíches light de queijo branco e peito de peru na mochila, descemos com as malas, carregamos o carro, pagamos a conta e partimos rumo à Sortelha. Seguindo as indicações do nosso mapa rodoviário, não conseguimos achá-la! No caminho paramos num posto de gasolina e a senhora que nos atendeu forneceu-nos as indicações de como chegar e, ainda, sugeriu-nos: por que vocês não vão conhecer Castelo de Sabugal? Não estava em nosso roteiro mas aceitamos a sugestão. No vilarejo, estacionamos o carro numa sombra e fomos ao Posto de Informações Turísticas, onde o Nuno nos deu uma bela "aula"de história e nos informou que hoje se comemorava o "Dia do Turista"e que qualquer visitação não era paga. Fizemos um tour pelo castelo, subimos na torre e tiramos umas fotos. Daí fomos até a lojinha de artesanatos, onde a Maria Natália Bispo nos recebeu com muito carinho. Conversa vai, conversa vem, ela nos contou que já esteve no Brasil por 3 vezes e que, inclusive, herdou parte de um imóvel de três andares situado no bairro de Santa Tereza , no Rio de Janeiro, mas que desistiu de prosseguir com o processo já que há 11 anos (!) não consegue ter notícias do advogado que ela e os demais herdeiros haviam contratado. ANatália nos levou ao pavimento inferior do prédio onde está a loja e nos mostrou uma cozinha e uma sala com uma mesa para oito pessoas que ela utiliza para receber grupos que contratam uma refeição especialmente preparada para este fim. O sobrenome dela também tem "Martins", assim como o meu e, então, brinco dizendo-lhe que somos primos, o que ela acha bem possível, por que não? Disse-lhe, também, que estudei gastronomia e que, quem sabe um dia, serei oChef que irá preparar as refeições que ela fornece! Natália gostou da idéia e colocou sua cozinha à disposição, para "quando quiseres"... A fim de encerrar esta calorosa recepção, brindou-nos com uma taça de vinho Moscatel da região, delicioso, e contou-nos sobre o "Forcão", que é um "esporte"(?), praticado somente naquela região, em que vários grupos de homens (as equipes), devidamente uniformizados, se posicionam no interior de um amarrado de troncos de madeira de modo a impedir que um touro solto na arena atinja qualquer dos integrantes da equipe. Todo mes de agosto há um festival em Sabugal, quando times de outras aldeias próximas se confrontam e, então, é escolhida a equipe campeã! Após mais esta aula, fizemos outras fotos, nos despedimos e seguimos adiante, para Sortelha. Porém, antes disso, fomos conhecer a "praia fluvialde Sabugal. A municipalidade urbanizou um trecho pequeno do rio que banha a cidade, construiu uma pequena barragem, preparou com areia uma parte de uma das margens, instalou brinquedos para as crianças e umas mesas para piqueniques e é ali que moradores e turistas vão "à praia". Dali pegamos novamente a estrada e seguimos para Sortelha.Outra vila histórica, com um castelo em ruinas, onde precorremos a pé as vielas e a muralha. E dali rumamos para Belmonte, a "verdadeira" terra de Pedro Álvares Cabral. Mais um castelo a ser visitado mas, quando perguntamos à atendente Paula, do Posto de Informações Turísticas, se ali também estava sendo comemorado o "Dia do Turista", ou seja, tudo seria free, ela nos disse, aborrecida, que desconhecia isso, que não havia sido informada a respeito, etc.Perguntei-lhe se Pedro Álvares Cabral tinha nascido em Colmeal, como haviam nos contado. Ela imediatamente refutou e falou-nos que ele era de família nobre, que era neto do Armeiro-Mor do Infante Dom Henrique e que, sendo assim, não poderia ter nascido num lugar como aquele e sim em Belmonte. E que o Castelo de Belmonte havia se transformado em residência da família! Aceitamos as explicações e os argumentos dela e fomos até aestátua do nosso descobridor, registrar nossa presença. Numa cafeteria próxima comprei uma "Sagres", para acompanhar nosso lanchinho, e um chá gelado. Para finalizar, tomamos dois espressos, enquanto pedíamos informações ao casal e sua filha adolescente que estavam na cafeteria, e à atendente, sobre qual o melhor caminho para chegarmos até "Manteigas". Cada um deu um palpite diferente, armou-se uma polêmica e, no final, tínhamos 4 opções para o trajeto... Agradecemos, embarcamos e resolvemos seguir nosso instinto. Alcançamos a cidade, que fica no pé da "Serra da Estrela", é pequena e convidativa a uma temporada. Mas nosso objetivo era subir a serra neste dia. Fizemos uma parada rápida numamercearia, onde estavam expostos vários exemplares do famoso "Queijo da Serra da Estrela", assim como de muitos embutidos da região. Seguimos em direção aoponto mais alto de Portugal, a "Torre", onde está instalado oObservatório Astronômico Nacional. Uma estrada estreita e tortuosa nos levou até lá. A paisagem no vale lembra uma cenaextraterrestre: muitosblocos de granitoespalhados pelas encostas. Daí concluimos porque tantos castelos erguidos com pedras! Chegamos ao cume e estava fazendo um friozinho, já que ventava muito. Demos uma caminhada pelo entorno e entramos numa espécie de centro comercial, com restaurante, bar e muitas lojas vendendo vários embutidos, queijos e artesanatos. Nas imediações existe uma pista de esqui, porém não estava funcionando, já que a neve ainda não havia aparecido por lá. Nas lojas nos ofereceram e provamos diversos embutidos e queijos (uns mais maduros, outros mais verdes...). E os lojistas chegam a serchatos insistindo para que compremos algo! Provamos, ainda, um vinho. Compramos um pedaço de queijo, para nãosairmos com as mãos vazias. Aproveitamos um "orelhão" que há no restaurante e ligamos para casa. Falamos com nossa filha, que nos diz que lá estão todos bem e com saudades... Dali seguimos descendo aserra no rumo de "Colvilhã", berço da indústria da lã, com planosde dormir por lá. Demos umas voltas pela cidade, entramos em alguns hotéis, mas resolvemos prosseguir até "Castelo Branco", uns 60 km adiante, onde está o "Jardim do Paço". Chegando lá rodamos um pouco até conseguirmos hospedarmo-nos num "residencial", que é como eles chamam um pequeno hotel familiar. O nosso tem o nome de "Arraiana", é pequeno, simples e confortável: para dormir uma noite, está ótimo! Nos instalamos num quarto no primeiro andar, tomamos um bom banho e descemos para jantar. O carro estavaestacionado na rua e nos recomendaram que o guardássemos no "parque" quase em frente ao hotel. Trata-se de um espaço cercado entre dois prédios, pavimentado e com faixas pintadas no piso demarcando as vagas. E, ainda por cima, grátis! Caminhamos nas proximidades de encontramos um restaurante simples, bem "família", e lá jantamos omelete e salada, conforme combinado no início do dia. Voltamos para o hotel, tomamos uns goles de vinho e comemos um pedaço do queijo, antes de cairmos na cama e dormirmos.

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