domingo, 30 de setembro de 2012

14º dia: Guimarães, Peso da Régua, Pinhão, Trancoso, Guarda


Hoje acordei cedo, por volta das 7 da manhã. Enquanto Mary ainda dormia eu desci e tomei um espresso, no bar do saguão do hotel. Saimos, então, para tomar nosso café da manhã e dar uma volta pelo centro histórico da cidade. Encontramos uma confeitaria bem antiga, pé direito alto, móveis da época e os frequentadores na sua maioria também, que ou tomavam uma "bica" (cafezinho) e conversavam ou liam o jornal. Pedimos café com leite e torradas, que vieram praticamente IMERSAS em manteiga. Pagamos 3 € 20 e seguimos nosso passeio a pé. Fomos até o famoso "Castelo deGuimarães", atração turística imperdível local e realmente muito bonito, com seu muro imenso de pedras queparecem que foram "lapidadas". Caminhamos um pouco mais e entramos numa loja de produtos artesanais, de cerâmica, principalmente.Compramos umaslembrancinhas e voltamos ao hotel. Descemos com as malas e, enquanto Mary pagava a conta (43 euros e 50) eu arrumei o carro. Prontos para partir, lá fomos nós em direção a "Peso da Régua", situada na região de "Trás-os-Montes", junto ao Rio Douro, conhecida por ser a capital da região demarcada que produz o célebre vinho do Porto. Após uma hora e meia de viagem e logo antes de chegarmos às margens do rio, fizemos uma parada numa pastelaria (que é como eles denominam lanchonetes onde se encontram doces e tortas, como os "pastéis de Belém", por exemplo) na beira da estrada, pois já estava apetecendo um "lanchezinho básico". Talvez um doce "conventual"... Em Portugal estes tipos de doces são aqueles preparados com gemas de ovos, que antigamente eram descartadas nos Conventos de Irmãs de Caridade, já que as claras elas utilizavam para "engomar" seus hábitos... Eu pedi um destes, também conhecidos como "Pastel de Nata", acompanhado de umespresso e Mary comeu um "Bolo de Arroz" e tomou um chá gelado (o calor estava forte!). Saciada a vontade, continuamos. Rodamos mais alguns metros, chegamos ao topo da margem direita e nos deparamos com uma das mais belas paisagens que já havíamos visto: o "vale do rio Douro", com suas águas verde-azuladas, convidativas a um mergulho, e com suas encostas em ambas as margens cobertas pelas vinhas por quilômetros a perder de vista. Um cenário deslumbrante que nós paramos para apreciar mais de perto. E estacionamos o carro junto a uma barraquinha onde uma velha senhora vendia frutas: uvas e pêssegos frescos. E que pêssegos! Enormes, amarelos, só de lembrar dá "água na boca"! Segundo ela nos informou, vinham do seu pomar, ali perto. Compramos dois, um para cada um de nós, e os degustamos ali mesmo. Realmente eles pareciam saborosos e estavam, suculentos, caldentos, docinhos... Lavamos as mãos e o rosto esguichando a água do limpador do pára-brisas do carro. Um senhora, parecendo nórdica, em outro carro estacionado ali também, ficou boquiaberta, deslumbrada com aquela idéia! E imitou-nos... Continuamos descendo a rodovia, atravessamos o rio e fomos margeando-o até Peso da Régua, que já foi, no passado, um importante porto onde os vinhos faziam um transbordo para os "rabelos" que os levariam até Vila Nova de Gaia. Hoje, em "Régua", como é carinhosamente conhecida, podem-se tomar embarcações para subir ou descer o rio, em excursões. Demos uma olhada no mercado municipal para ver se achávamos algo interessante mas, pelo adiantado da hora, não havia quase mais nada, já estavam praticamente encerrando suas atividades. Seguimos rumo à Pinhão, onde pretendíamos fazer algumas degustações de vinhos, conforme anunciavam cartazes na beira da estrada. Entramos numa vinícola e descobrimos que estas degustações são pagas e este não era nosso intento. Fomos adiante. Após passarmos pela cidade entramos na "Quinta do Cadão", onde degustamos 3 tipos de tintos e um moscatel sensacional. Compramos duas garrafas dos tintos, uma de cada tipo disponível, e uma de vinho branco. Continuamos em frente na direção deTrancoso. É mais uma cidade medieval que fica cercada por muralhas. Em termos gastronômicos a cidade é conhecida pelas "Sardinhas Doces", massa frita moldada em formatode uma sardinha mesmo, crocante, recheadas com com creme de ovos e cobertas de chocolate: diferentes e saborosas! Visitamos, ainda, uma loja de artesanato, onde comprei uma peça em cerâmica com o sobrenome de minha família gravado, a qual será devidamente instalada em nossa casa de campo. Nos dirigimos, em seguida, ao Posto de Informações Turísticas, onde obtivemos mais mapas e folders com informações importantes e, ainda, uma "dica" de hotel onde ficar em "Guarda", nosso destino final, hoje, onde faremos nossa "base" para conhecer a "Serra da Estrela" e localidades próximas. Escolhemos viajar pelas estradas secundárias não só porque não há pedágios a se pagar, mas pelo fato de, por serem mais sinuosas, exigirem que trafeguemos mais devagar e, consequentemente, permitir-nos apreciar mais as paisagens e "curtir" o passeio. Atravessamos um vilarejo de nome "Avelãs da Beira", com suas ruelas estreitas e calçadas com pedras, sua ponte da era romana, seus habitantes sem pressa, enfim, com um estilo de vida próprio do interior e sem stress! Apesar da viagem demorar mais tempo, vale muito apena! Chegamos, finalmente, até "Guarda" e achamos facilmente o hotel recomendado: "VanGuarda"(!). Mary negociou o preço, que baixou de 65 euros para 50 a diária para o casal, com café da manhã, para ficarmos duas noites! Viajar na baixa estação tem suas virtudes.... Nos registramos, estacionamos o carro na rua, em frente ao hotel, subimos com as malas, tomamos banho de banheira (pena que o produto para fazer espuma não fez espuma...) e saimos para jantar. Pegamos o carro e rumamos para o centro, onde passamos por vários restaurantes cheios de gente. Escolhemos aMarisqueira "O Caçador", onde fomos muito bem atendidos pelo garçon de nome (ou codinome, sei lá...) "Açoriano". Eu fui de "Bacalhau à Caçador", especialidade da casa. Veio uma linda posta de bacalhau grelhado, coberta com um ótimo molho de tomates, cebola e pimentão vermelho, e muitas batatas fritas fatiadas. Até então, foi o melhor bacalhau que comi durante a viagem...Acompanhei o prato com uma taça de cerveja escura, a "Superbock Boêmia", supergelada! Mary pediu "Lulas grelhadas", que estavam deliciosas e vieram acompanhadas de batatas cozidas e "feijão verde". Na sobremesa ela escolheu uma "Tarte de Natas", que é uma enorme fatia de uma mistura de creme de leite e gelatina sem sabor, com biscoito Maisena esfarelado por cima (não recomendamos!). Para encerrar pedi uma "bagaceira" branca e umespresso. A conta: 25 euros e 95. Antes de sair solicitei ao "Açoriano" uma "dica" onde comer o melhor cabrito da cidade, que é o carro chefe local da região de "Guarda": ele nos disse que é o restaurante "O Jaime", perto da estação ferroviária. Amanhã estaremos lá... Saimos do restaurante e demos uma pequena caminhada pelo centro. Voltamos para o carro e retornamos ao hotel. Entramos nainternet (grátis, no computador do saguão do hotel), vimos e respondemos nossas mensagens e Mary conversou com nossa filha, pelo telefone. Subimos, em seguida, quando tentei detalhar nossos planos para amanhã: o destino será "Almeida". Por hoje foi só. Até amanhã...
Referência gastronômica:
- Restaurante e Marisqueira O Caçador, Rua Batalha Reis, 121, Guarda

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