domingo, 30 de setembro de 2012

17º dia: Penamacor, Alcântara, Marvão e Portalegre


Acordamos por volta das 8 da manhã, tomamos nosso café, preparamos os dois sanduíches de praxe, pagamos a conta (35 euros), embarcamos no SEAT e pegamos a estrada em direção a "Penamacor", distante uns 50 km. Mais um dia de calor intenso nos aguardava... Chegando lá fomos diretamente procurar o Posto de Informações Turísticas e a atendente não deu muita importância a nossa presença: digitando algo no computador estava e digitando algo no computador ficou... Deixamos o Posto para não incomodá-la (!) e saimos para fazer uma pequena caminhada nas proximidades. Vimos e andamos por ruínas e ruelas, tiramos algumas fotos e resolvemos alterar os planos que havíamos traçado anteriormente: ao invés de visitarmos outros sítios históricos, castelos e coisa e tal, que tal irmos para uma praia, já que o calor estimula um banho de mar? A idéia foi imediatamente aceita, só que depois decidiremos para qual praia vamos. Mary sugeriu visitarmos, hoje, Marvão, situada no alto da Serra de São Mamede (onde deve estar mais fresco), passando pela Espanha, pois é o caminho mais curto desde ali. E, como na outra oportunidade em quecruzamos a fronteira, também nessa travessia não tem Posto de Controle, é praticamente uma fronteira seca! Tiramos estas conclusões consultando a internet na Biblioteca Pública da cidade, onde sua utilização é gratuita. E lá fomos nós: 35 km rodando e chegamos a "Alcântara", cidade medieval espanhola cujo acesso se dá por uma ponte, da época dos romanos, sobre o Rio Tejo. Na cabeceira da ponte, do lado português, há um quiosque onde encontramos vários produtos do artesanato local à venda e onde nós, obviamente, compramos umas lembrancinhas. Seguimos até o centro da cidade, estacionamos numa praça e fomos até um bar /cafeteria em frente a ela paradegustar nossos sanduíches, pois os estômagos já estão dando sinais de inquietude... UmaHeinicken para acompanhar ("aliviar as tensões"...) e, de volta para a estrada. Viajamos durante uma hora e meia, mais ou menos, ainda na Espanha, até pararmos outra vez, agora para tomar um espresso e despertar. Neste café um grupo de rapazes e moças acompanhava, pela TV, uma corrida da Fórmula 1, se não me engano o Grande Prêmio de Cingapura. A algazarra era imensa e imagino que a quantidade de cerveja ingerida até então, também! Retornamos ao carro e Mary seguiu dirigindo até "Marvão". A vila está "encravada" no topo de uma montanha de granito e é uma atração bastante concorrida no circuito turístico. Demos umas voltas pelas ruelas até que encontramos (!) a "lojinha de artesanatos". Para variar, compramos algunssouvenirs...(brincos de prata e azeite). Depois, sentamos numa mesinha de um bar, em sua área descoberta e, debaixo de um sol escaldante, enquanto apreciávamos a belíssima paisagem, formada pelas montanhas e pela vista de outras vilas espalhadas pela região, degustamos uma geladíssima "Superbock" imperial, ou seja, um choppna tulipa, porque "ninguém é de ferro"! Durante estes momentos de contemplação, consultamos nosso mapa rodoviário e decidimos que iríamos dormir em Portalegre(escreve-se tudo junto, mesmo...), a uns 20 km de onde estávamos. É, talvez, a cidade próxima de Marvão com mais recursos, pois já teve sua importância quando do auge da indústria da lã, além de produzir muita cortiça, a pecuária, os produtos derivados do leite e os vinhos. Chegamos na cidade por volta das 8 da noite e ainda estava claro. Rodamos procurando um hotel para pernoitar e encontramos um "residencial", a "Pensão Nova", no centro. A porta de entrada estava trancada, então tocamos a campainha, mas não apareceu niguém para nos atender! Tentamos encontrar algum outro residencial ou mesmo um hotel por ali, e nada...Da janela do carro Mary pediu a um senhor de idade, que passava, informações a respeito de hotéis na cidade e ele nos indicou o "Quinta da Saúde", lá no alto daquele morro, "estão a veire"? Então, depois de várias explicações de como chegar lá e de um indesejável banho de saliva, partimos em direção ao hotel, mas não conseguimos encontrá-lo! Resolvemos retornar até o centro e perguntar a outras pessoas. Uma senhora a quem abordamos nos sugeriu o "Hotel Turismo São Mamede Congress and Spa", na saída para a cidade de Elvas. Este nós achamos (ufa!). É um três estrelas, inaugurado neste ano, moderno, muito bem arrumado. A diária? €65, com o "pequeno almoço" incluido. Depois de debatermos bastante o assunto, resolvemos que era nele mesmo que iríamos ficar, afinal merecemos um tratamentovip, de vez em quando... Nos registramos, subimos, tomamos um salutar banho e saímos para jantar. Pedimos sugestões ao gerente do hotel e ele nos recomendou o "X'xas" (é assim mesmo que se escreve - fazer o quê?), que fica bem perto dali, num bairro novo. Está a exatamente dois minutos do hotel, de carro. Não tinha quase ninguém lá mas, sem dúvida, "naquela altura do campeonato", era a melhor opção! Entramos, sentamos e o Sr. Luiz, dublê degarçon e proprietário do lugar, nos atendeu muito solicitamente. Mary pediu um "Gazpacho", seguindo nossa decisão de refeiçõeslight, e eu fui de "perna de porco", que são fatias de pernil assado, muito bem temperado, acompanhadas de arroz, salada e legumes cozidos (quase light...), tudo preparado por sua esposa, sócia e cozinheira.Tomamos, durante o jantar, uma jarra do "vinho da casa", um tinto muito saboroso da região e, de sobremesa, porque "de amargo já basta a vida" (boa desculpa, esta...), "detonamos" um "Manjar do Abade", que é mais um dos exemplares da doçaria conventual (ai, meu Deus!), feito com açúcar, gemas e amêndoas. Não precisamos dizer que estava d-i-v-i-n-o, precisamos? Para encerrar a conversa, uma "bagaceira" branca para mim e dois espressos, um para Mary. Enquanto saboreávamos este finalzinho, o Sr. Luiz veio conversar conosco, dando-nos "dicas" sobre a "Feira de São Mateus", em Elvas, 60 km no sentido sul, que é para onde ele irá após fechar o restaurante, esta noite. A festança acontece todos os anos há mais de 2 séculos. São romeiros que vão para acompanhar a Procissão dos Pendões e para vender seus produtos regionais, principalmente da gastronomia e artesanatos. Porém, não estava em nossa programação nos aventurarmos por lá, já que temos que seguir viagem amanhã, pela manhã. Agradecemos muito a hospitalidade e o carinho com que o Sr. Luiz nos recebeu, pagamos a conta (23 euros) e voltamos ao hotel. No quarto, tomei mais uma taça de vinho, tentamos ver um filme na TV, mas ainda não foi desta vez: dormimos...
Referência gastronômica:
- Restaurante O X'xas, Rua José Veríssimo, 17-19, Cooperativa Johnson, Portalegre

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