domingo, 30 de setembro de 2012

O início de tudo


Eu e Mary (é assim que carinhosamente a chamo) completamos 25 (!) anos de casados em julho de 2007. Como presente, resolvemos dar-nos uma viagem. Para onde? Para Portugal, sugeri... Ótima idéia, ela concordou! E, então, começamos a planejá-la. Mapas na mão, guias e revistas especializadas ao lado e utilizando a internet, conseguimos realizar quase tudo: reservar e comprar passagens aéreas pelos melhores preços, escolher os hotéis onde queremos ficar e efetuar as reservas necessárias, alugar um carro, etc. Já estávamos bem avançados em nossas pesquisas quando, por motivos profissionais, tivemos que postergar tudo! Mas não havia de ser nada... Não iríamos naquele momento mas iríamos em outra ocasião, com certeza! E, ainda por cima, teríamos tempo de pesquisar mais e mais. E, assim, iniciamos nossas pesquisas, novamente! Agora estava na hora...

Agora vamos, mesmo!


Passados dois anos, colocamos mãos à obra novamente! Compramos algumas revistas novas sobre Portugal (especiais da Veja sobre Lisboa e sobre o Porto, Viagem & Turismo, Próxima Viagem, etc.) e, com a internet, alguns livros, guias e mapas à disposição, lá fomos nós, agora com a certeza que embarcaríamos mesmo... Marcamos a data da viagem para setembro de 2009. Pensamos: as temperaturas já deverão estar mais baixas, não é alta temporada, aproveitaremos melhor! O plano era: irmos para Lisboa, depois Porto, aí rodarmos de carro alugado pelo interior de Portugal e retornarmos à Lisboa, para embarcarmos de volta ao Brasil. Adquirimos as passagens na agência de viagem que tem nos atendido para outros passeios, já que conseguiram um preço melhor. De Vitória (ES), onde moramos, para o Rio de Janeiro, iríamos de TAM, bilhetes comprados numa promoção pela internet. O vôo para a Europa seria o 443 da Air France, sucessor do "famigerado" 447 (lembram?): Rio (Galeão) x Paris e, daí, uma conexão para Lisboa. O retorno seria igual: Lisboa x Paris x Rio, pela Air France, e Rio x Vitória pela TAM. Surgiu a seguinte idéia: já que faríamos uma escala em Paris, porque não passamos uns dias lá na "Cidade-Luz"? Verificamos com a agência de viagens que a Air France não estava cobrando nenhum adicional por isso. Assim, programamos 4 noites em Paris! Chic, hein? Aí reservamos os hotéis em Paris, Lisboa e no Porto, via internet através do site "booking.com", alugamos o carro na "Interrent.com", empresa portuguesa que só tem automóveis SEAT Ibiza, ou seja, seus preços são bem atrativos.... Os demais hotéis, pelo interior de Portugal, resolveríamos por lá. Então, foi só ficarmos aguardando o dia de fazer as malas e partir para o aeroporto.

1º dia: Vitória x Rio x Paris


Começamos "bem" nossa viagem. Nosso vôo para o Rio decolaria
 de Vitória às 8:20 da manhã. Mas ele tinha sido antecipado para 8:15 ! Tudo bem: nós havíamos chegado cedo mesmo ao aeroporto... Entramos na fila do"check-in" da TAM e, para nossa surpresa, nossos nomes não estavam na lista de passageiros! Como não? Estão aqui as reservas impressas! A atendente descobriu que, como o horário do vôo de retorno havia sido alterado para mais cedo, resolvemos cancelá-lo e compramos bilhetes na GOL, em horário mais adequado à conexão no Rio. Só que a TAM cancelou TUDO e não nos avisou! Resultado: tivemos que comprar ali no balcão outro bilhete e, com certeza, por um preço superior ao que havíamos pago anteriormente. Como não tínhamos tempo para discutir com a TAM naquela hora e ela NÃO ADMITIU SUA FALHA, pagamos e embarcamos. Sorte (!?) nossa, segundo a moça da TAM, pois haviam lugares disponíveis no vôo! Mais um detalhe: ao passarmos pelo raio-x, foi detectado que eu tinha em minha bolsa de mão uma saca-rolhas (iria para a França e Portugal, terras dos vinhos, lembram?) e um canivete suíço, o que é proibido a bordo. O jeito foi despachar os dois dentro de um envelope, pois as malas, naquela altura docampeonato, já estariam a bordo do avião... E, ao desembarcarmos no Rio, alguém nos entregou o envelope, já rasgado, mas com o conteúdo intacto! Ainda bem! Pelo menos isso ! No Galeão, aliás Aeroporto Antônio Carlos Jobim, ficamos a fazendo hora até iniciar-se o "check-in" da Air France. Lanchamos dois sanduíches feitos com pão árabe (ruins!) e dois chopps e pagamos a "bagatela" de R$25! Vivendo e aprendendo: na próxima vamos levar nosso próprio farnel... Aproveitei o tempo disponível e comprei um dicionário francês x português "para viajantes". Ajudou bastante! Então embarcamos num Boeing 747, achamos nossas poltronas, acomodamos nossas bagagens de mão e lá fomos nós. Eu não sabia: este avião comporta 467 passageiros! É muita gente! E estava lotado! Decolamos no horário previsto, 16:20. Serviram, então, uns drinks e depois o jantar: "canelones" ou "boeuf bourguignone". Acompanhados de vinho francês, claro! Depois apaguei... Mary contou que, no meio da noite, ela levantou-se para ir ao banheiro. De um dêles saiu um passageiro, que achamos que era um, digamos, "tranformista"... Um jeito meio de..., sabe como? E, segundo ela, a figura deixou um "aroma" lá dentro INSUPORTÁVEL, que impossibilitou seu uso! Ela deu meia volta e esperou outro WC desocupar para poder utilizá-lo... Então amanheceu o dia, serviram um café-da-manhã e aterrissamos. Muitos aplaudiram o Comandante, só não sei se ele escutou! Enfim, "Vive la France"! Desembarcamos, passamos as malas pelo raio-x e alguém da alfândega (Aduane) nos perguntou quanto de dinheiro estávamos levando. Respondi que "uns 4.000 euros" e nos mandaram seguir adiante. Então começou a primeira batalha, em francês: comprar os tickets do metrô para chegarmos até o hotel. Meu filho, que havia estado em Paris um mês antes de nós, deu-nos uma "dica": pergunte, primeiro, se falam português (Parlez-vous portugais?). Normalmente os franceses pedem desculpas por não falarem português. Aí a gente pergunta: e inglês? (Anglais?) Como eles não gostam de falar inglês mas se sentem na obrigação (?) de ajudar, consegue-se conversar em inglês. E foi o que fiz várias vezes, e deu certo! Comprei, então, os bilhetes, achamos a plataforma de embarque, embarcamos e, ao nosso lado, estava um casal também brasileiro, cariocas. Puxamos conversa: eles iam descer do trem primeiro que nós, ficariam em Paris por três dias e seguiriam para Budapeste, Praga e depois Viena. Seguindo o mapa do metrô que tínhamos em mãos, saltamos numa estação para pegarmos outra composição em outra linha. Custamos a descobrir nossa plataforma. Só depois de muito sobe-e-desce de escadas que achamos um guichê de informações. Aí, de novo: "parlez-vous portugais? etc, etc." Embarcamos em outro trem e chegamos ao nosso destino, a estação de Issy-Les-Molineaux. Agora era achar o hotel. Resolvemos subir uma escadaria (pura intuição...) e, no meio dela, perguntei a uma francesa que vinha descendo, a qual nos explicou que era para o outro lado que teríamos que ir e até nos ajudou a carregar uma das malas! Seguimos suas instruções e, finalmente, sãos e salvos, chegamos ao hotel ETAP Issy-Les-Molineaux, da rede Accor. Fica a uns seis quarteirões da estação do metrô, na linha em que estávamos. Pagamos adiantado (€235 por 5 noites sem café da manhã), como exigido, cash, pois ele não aceita cartões, e nos instalamos no nosso quarto. Simples, como os da rede Formule 1, mas confortável. Tomamos umbanho, descansamos um pouco e lá pelas 3 da tarde, horário local, voltamos à estação do metrô para comprar o "Paris Visite Pass" que, por um preço vantajoso pode-se usar o sistema de transporte público (ônibus, metrô, trem urbanos) o dia inteiro, para onde quiser, dependendo, lógico, do valor que se pagar. O Pierre, que nos atendeu com muita paciência e atenção, nos explicou tudo (em inglês, meio macarrônico...). Compramos o passe para três dias (€18,80 por pessoa), após fazer várias contas. Embarcamos, então, no primeiro trem que passou, e seguimos para a TorreEiffelGente prá caramba, por lá! A primeira coisa que fizemos foi adquirir um cartão telefônico internacional, numa banca de revistas para, logo após, encontrar um telefone público e ligarmos para casa, para nossos filhos, a fim de informá-los que havíamos chegado bem e que já estávamos aproveitando a estada. Depois de andarmos pelas redondezas, comemos um crepe, caminhamos pelos Champs de Mars e porTrocadero, tomamos uma cerveja num quiosque no parquecompramos um vinho "nacional" Côtes-du-Rhone, numa das milhares de lojas especializadas existentes no caminho e regressamos ao hotel. Perto dele tem um supermercado. Entramos e compramos uma baguette, um queijo cammembert e um patê de campagne. Em nosso quarto fizemos um lanche "made in France" e, imediatamente após , literalmente desmaiamos!

2º dia: Paris


Acordamos por volta das 9 da manhã com alguém "socando" a porta do nosso quarto. Deduzimos que seria a faxineira querendo arrumá-lo. Depois que demos uns berros ela parou. Então levantamos e fomos tomar o café da manhã num bar em frente ao hotel: um
capuccino e um suco de laranja em lata para mim, um chocolate quente e uma massa folhada com maçã para Mary. A conta: 9 euros. Precisávamos comprar um adaptador para a tomada elétrica de nossa câmera fotográfica, pois as tomadas na França são diferentes das nossas aqui no Brasil. Fomos a uma grande loja de departamentos, uns 8 quarteirões do hotel, chamada "Aucham". Não encontramos o que precisávamos nem alguém para nos ajudar. Resolvemos, então, pegar o metrô para visitarmos a região denominada La Defénse. Lá fomos nós e, munidos de nossos "Paris Visite Pass", embarcamos no primeiro comboio que chegou. Quando tentamos validar o ticket, no interior do vagão, a máquina não aceitou. Desembarcamos e tomamos o metrô em sentido contrário: íamos até a estação onde compramos para tentar esclarecer o assunto. Mary passou o ticket dela no terminal e ele foi validado! "Eureka" ! A tarja magnética tem que ser para cima! Por isso não queria funcionar! Descemos e embarcamos novamente no metrô sentido centro. Quando passei o ticket, agora com a tarja para cima, nada... Não foi validado. Desistimos. Vamos assim mesmo, sem validar nada! E se a fiscalização nos pegar? Serão 50 euros de multa para cada um! Resolvemos correr o risco. Nenhum fiscal apareceu e nós descemos calmamente onde pretendíamos. Depois de pensarmosbastante, concluímos que aquela linha onde havíamos embarcado não estava contemplada no Visite Pass que tínhamos adquirido. Então, conhecemos oArco do Triunfo - a vista lá de cima é e-s-p-e-t-a-c- u-l-a-r , passeamos pelos Champs Elisées, estivemos no Museu do Louvre, visitamos as Galeries Lafayette e percorremos as avenidas Lafayette e du ProvenceAlmoçamos "fast food" francesa, claro: tarte de legumes e salade vert.Eu tomei uma cerveja e Mary um chá em lata. A conta: 15€60. Depois continuamos nossa andança e entramos numa loja, pequena, tipo "mil-e-uma-utilidades". Olha daqui, procura de lá, encontrei um jogo de três facas do "Chef", de aço inox, devidamente acomodadas numa embalagem de madeira, por, acreditem, 12 (isso mesmo, doze!) euros! Não tive dúvidas: comprei. Mesmo sem estar precisando... Sabe como é que é, "gastronomia compulsiva"... Mais na frente entramos em outra loja especializada em vinhos e comprei uma garrafinha, daquelas de bolso, de "kirsch", aguardente de cerejas, tradicional na Alemanha (3 €10). O vendedor que nos atendeu falava espanhol e havia estado no Brasil 5 meses atrás! Saímos e pegamos o trem de volta ao hotel, com a intenção de passarmos no supermercado, que fechava às 8:30 da noite, para comprarmos água mineral (é sempre bom ter uma garrafa à mão, mesmo que o hotel não ofereça frigobar, como este onde estávamos hospedados...). Chegamos lá às 8:28 h e já estava fechado! Não adiantou reclamar: o segurança não nos deixou entrar, nemum francês que também estava na porta! Entramos, então, numalan house ao lado do supermercado, passamos e-mails para nossos filhos e para minha irmã, e pegamos um ônibus para chegar ao Aucham (nosso Visite Pass permitia ônibus, lembra?) comprar a água. Lá é mais barato: só 18 cêntimos a garrafa pet de 2 litros! Pretendíamos voltar de trem para o hotel, mas o próximo só daqui a 20 minutos... Fomos a pé, mesmo. Já passava das 9 da noite e estávamos com fome. Entramos num restaurante próximo ao hotel para tomarmos uma sopa antes de dormir mas lá havia uma família comemorando um aniversário, ou sei lá o quê. E a garotada que estava junto fazia uma algazarra que ninguémaguentava! Saímos, pedindo desculpas ao garçon, e entramos numa pizzaria, do outro lado da rua. Solicitamos uma pizza para nós dois e uma garrafa de vinho chianti (na França? Que heresia! Mas foi recomendação do proprietário: para acompanhar um prato italiano só mesmo um vinho italiano...). A pizza estava deliciosa: tinha cogumelos frescos e presunto. Era tudo que precisávamos! Pagamos 35 euros (11,5 da pizza e 20 do vinho mais a gorjeta). Atravessamos a rua e chegamos ao hotel. Tomamos banho, lavamos as roupas "de baixo", uns golinhos dekirsch e fomos prá caminha...

3º dia: continuamos em Paris

Acordei muito cedo, hoje! São 5:50 da manhã e ainda está escuro! Aproveitei para colocar minhas anotações em dia. Às 8:45 chamei Mary para levantarmos e irmos tomar café, no hotel mesmo. Quando fiz as reservas nele, as fiz sem o café da manhã. Mas chegamos à conclusão que vale a pena pagarmos 4€70 para cada um por dia! É bem farto: sucos de laranja e de maçã, baguette e outros dois tipos de pão, bolo, geléias, mel, dois tipos de queijo, iogurte, cereais, leite e, obviamente, café! Saímos por volta das 10 da manhã, pegamos o trem em direção ao final da linha na estação atrás do hotel, saltamos na estação seguinte, passamos para a outra linha e pegamos outro comboio até Les Halles. Descemos dentro de um shopping. Fomos procurar a ruaMontorgueil, só para pedestres e que é uma graça. Para quem curte gastronomia, então... É uma rua não muito extensa, deve ter umas seis quadras. Em seus dois lados muitos bistrôs, lojas especializadas em queijos, em embutidos, em azeites, em frutos do mar, sucos, sorvetes, boulangeries (padarias), etc. Mary comentou que parece com a rua de lazer de Domingos Martins, cidade do interior do estado doEspírito Santo, Brasil, onde temos uma casa de campo. Quem dera! Ali, aos sábados, há uma feira na rua. Vários produtores rurais armam suas barracas e vendem seus produtos artesanais: frutas, verduras, legumes, queijos, embutidos, azeites, pães, bolos, biscoitos, e muito mais. Ela fica com um colorido maravilhoso, e os aromas, nem se fala! Seguimos viagem procurando a lojaDehillerin,especializada empanelas de cobre e muitos outros apetrechos para cozinha: (rua Coquillérre, 18). Realmente é uma “coisa de doido”! Tem de tudo e mais um pouco! Ospreços é que não permitem muitas compras... Afinal de contas, são de ótima qualidade e tem que se pagar por isso.! Na loja apareceu um rapaz carregando um skate. Como somos conhecidos como "pé-com-rodinhas", pois em nossas viagens eu e Mary andamos muuuuiiiito a pé, resolvi fazer uma brincadeira: pedi emprestado o skate para tirar uma foto. Ele emprestou e eu, literalmente, era o próprio"pé-com-rodinhas" em Paris! Dali voltamos à ruaMontorgueil, para Mary tomar um suco de frutas feito na hora, numa lojinha por ondehavíamos passado. Ela estava sentindo que uma gripe queria pegá-la e era melhor prevenir. Saindo da lanchonete demos de cara com umdesfile de uma banda de música e um grupo de meninas, com uniforme escolar. Mary se meteu no meio do desfile mas não descobriu em homenagem a quem ou a que se devia aquilo. Depois seguimos em direção ao CentroGeorge Pompidou.Na praça em torno dele havia um artista meio circense, meio que "stand up show", se apresentando, fazendo piadas com quem passava ali e divertia um monte de gente que parou e sentou-se no chão para acompanhar. Entramos no Centro, subimos até o último pavimento e fizemos boas fotos da cidade lá de cima. Saímos e eu queria tomar uma cerveja. Resolvemos procurar uma cervejaria chamada "Au Trapiste", na ruaSaint Denis. Andamos por ela quase toda (uns dois quilômetros!) e não achamos a cervejaria. O trecho da rua quase chegando a um arco pareceu-nos barra pesadíssima! Senhoras "de vida fácil" vestidas a caráter e "rodando a bolsinha" nas calçadas, casas de show pornôs, malandros circulando... Seguimos em frente, rapidinho! O trecho após o arco pertence aos descendentes de árabes, turcos, chineses, indianos, etc. O comércio local é de artigos voltados para este público. Não ficamos muito confortáveis andando por ali. No final da rua encontramos oMarché Saint Quentin, onde entramos. Mais uma vez a gastronomia compulsiva falou mais alto: uma verdadeira aquarela de frutas, verduras, aves, carnes, coelhos, tudo muito fresco e convidativo às compras. Mas estamos num hotel, não iremos cozinhar... Numa das bancas um rapaz está preparando algo. Pergunto o que é. Ele explica quesão os pedaços finais das pernas de porcos novos, sem os pés, que serão assados no fogo produzido porCalvados, aquele destilado francês de maçã. Voltamos ao Les Halles de metrô e fomos parar no tradicional restaurante "Au Pied du Cochon", famoso pela sopa gratinada de cebola que eles preparam. Pedimos "biére au pression" (nosso tradicional chopp...) e um prato de frios, que tinha salame, presunto, terrine e bacon, acompanhados de mini pepinos em conserva, pão francês (rs, rs, rs...) e manteiga. Depois veio a sopa de cebolas (soupe a l'oignon) e constatamos que é uma delícia! Aquela cobertura de queijo gratinado é tudo de bom! Segundo os manuais, a forma francesa de pedir ao garçon é: "une gratinée, s'il vous plait!" A conta: 53 euros (48 mais a gorjeta). Iniciamos nosso retorno ao hotel. Pegamos o metrô e fizemos uma baldeação para outro trem. Só que este parou duas estações depois que embarcamos, desligou os motores e apagou tudo! Era o fim da viagem! Descobrimos, então, que teríamos que mudar de plataforma e embarcar em outro trem. Foi o que fizemos. Seguimos até a lan house já nossa conhecida e depois fomos ao Aucham, onde compramos o café da manhã para o dia seguinte: água mineral, suco,leite achocolatado, pão e queijo, tudo por 6 euros e 25. Além disso compramos uma garrafa de vinho branco, uns biscoitinhos, uma embalagem com 24garrafinhas de molho vinagrete com sabores diferentes, para levar para o Brasil, além de duas garrafinhas de 200 ml cada, uma comCalvados (pronuncia-se "calvadô") e a outra comArmagnac (pronuncia-se "armanhaque"). Tomamos o trem de volta ao hotel, subimos, um bom banho, um vinho branco acompanhado de biscoitinhos e...cama!

4º dia: mais um dia em Paris

Acordamos e tomamos nosso café da manhã no quarto, com os produtos que havíamos compradono dia anterior noAucham. Saímos para fazer o passeio de barco pelo rio Sena. Uma das companhias de navegação, aBateaubus, oferece o serviço de maneira que a gente pode descer e subir a bordo em qualquer das paradas que ele faz nos diversos pontos da cidade, mas não temos desconto devido a possuirmos o Visite Pass. Em outra empresa, a Bateau Parisiense, temos o desconto mas temos que embarcar e desembarcar no mesmo ponto, no cais ao lado da Torre Eiffel. Fomos neste. O passeio, ida e volta, dura mais ou menos uma hora. Achamos tempo mais do que suficiente para curtirmos a paisagem e pagamos, com o desconto, 8 euros cada um. Daí seguimos, de metrô, para visitar a igreja deSacré Coeur, o Sagrado Coração. Ela fica no ponto mais alto de Paris. Descemos na estação Abbesses, que tem uma curiosidade: as escadas para sair à rua tem mais degraus do que não sei o quê! É uma verdadeira maratona! Havia muita gente visitando a igreja, também. Da estação até a igreja pode-se acessar utilizando um funicular ou aescadaria que fica ao lado dele. A fila para o funicular estava grande, ou seja, fomos pelas escadas, mesmo. Em seguida, descendo pelas ruas de Montmarte,nos deparamos com uma feira "brechó" numa delas. Muitos objetos antigos, bijuterias, roupas, calçados, louças, faqueiros, quadros e não sei mais o quê. Mary simpatizou com um colar, de prata com umas pedras azuis e o comprou: 5 euros! A fome começou a apertar e paramos num bistrô, muito simpático, por sinal: tomei um espresso, um cognac, e dividimos um"croque madame", que nada mais é do que um misto quente com molho branco gratinado e um ovo estalado por cima, acompanhado de uma saladinha verde e batatas fritas. Era tudo que queríamos, naquele momento! Partimos, então, em direção à Île de la Cité, para conhecer a igreja deNotre DameEla é muito bonita e muitos, mas muitos mesmo, turistas, resolveram conhecê-la naquela tarde também. Fazer o quê? Eles estão pagando... Há que se tomar muito cuidado, por ali, com as mulheres vestidas como muçulmanas, perguntando a todos se falamos inglês! O que elas querem é envolver os turistas e levar-lhes a carteira! Seguimos a pé até o Boulevard Saint-Germain e percorremos várias ruas nas proximidades. Muitas lojas, bistrôs, sorveterias, uma verdadeira tentação... Nossos estômagos, depois destas andanças, já davam sinais de que estavam vazios e também sentíamos sede. Baixamos, por este motivo, em outro bistrô. Tomamos uns chopps, comemos umas fatias deterrine de campagne acompanhadas de pão (de novo ele, de novo uma deliciosa baguette...). Quando fomos sair, Mary pediu ao barman, Hector,se podia levar a taçaonde estava tomando o chopp como umsouvenirEle pensou um pouco, fez que não mas acabou cedendo: pegou uma taça limpinha e presenteou-a. Retornamos, então, para o hotel. Como de praxe, passamos pelalan house, falamos com os meninos pelo skype e nos dirigimos para oAucham, de ônibus. Compramos água, chegamos ao hotel e, depois de uma dose de Armagnac e "daquele" banho, dormimos.

5º dia: Paris e Lisboa

Dia de arrumar as malas e voar para Lisboa. Nosso vôo é às 16:00 h. Acordei e desci para tomar um espresso, no café em frente ao hotelComi umbrownie de chocolate e comprei um croissant para Mary. Fomos ao Aucham, onde comprei mais umas garrafinhas de Cognac,Armagnac e Calvadospara levar para o Brasil. Compramos, também, umas canetas tinteiro e as respectivas cargas coloridas para levar para os meninos. Numa loja de moda compramos um casaco de couro para a Máira usar quando estiver pilotando sua scooter. Como ainda era cedo, enquanto aguardávamos as lojas abrirem, tomamos mais dois espressos e, depois das compras, voltamos ao hotel para arrumar as malas. Por volta das 11:30 saímos rebocando nossas malas rumo ao bistrô "Café de la gare", almoçar. Ele fica próximo à estação de trem que usávamos, quase em frente à nossa já conhecida lan house. O bistrô é bem assim,vamos dizer, "local". Atende às pessoas que trabalham ou moram nas redondezas, pelo que pudemos depreender, e pelo estilo, tanto o do restaurantecomo o do dono ebartender, que nos atendeu, e o da dona e cozinheira! Ele não fala português nem inglês, ou seja, nos comunicamos via gestos e apontando para as figuras que estavam no cardápio. Pedimos ospratos do dia: quiche lorraine e viande parmentier, o qual não era outra coisa senão um "escondidinho de carne moida com purê de batatas", ambos acompanhados de uma salada verde e molho vinagrette. Tomamos uma jarrinha de vinho tinto "da casa" (teria sido umbordeaux?) e água mineral. A comida estava muito bem feita e saborosa. Pagamos a conta (24 euros) e lá fomos nós, ladeiraacima, em direção à estação Issy. O Pierre, que havia nos atendido no 1º dia, estava lá no guichê! Deixei um cartão de visitas meu com ele para que, quando ele vier ao Brasil, me procure. Embarcamos no primeiro comboio e trocamos de trem em Notre Dame. Seguimos para o aeroporto Charles-de-Gaulle, Terminal 2, direto, sem parar em outras estações: sem querer pegamos o "expresso"! Em nossosvouches estava escrito que deveríamos nos dirigir ao Terminal 2E. Fomos até ele, rebocando as malas (ah, as malas...). Não era lá! O certo, depois nos informamos, era Terminal 2D. Voltamos nós, então, junto com nossas malas. Feito o check-in, passamos no raio-x (tem que tirar tudo: sapatos, cinto, casaco), aguardamos mais ou menos uma hora na sala de embarque. Sentado ao lado de Mary estava um senhor com o desodorante vencido! Estava difícil de aguentar... Quando chamaram nosso vôo embarcamos num ônibus, para ir do Terminal até a aeronave. Adivinhem ao lado de quem Mary sentou-se? Dele, justamente... Do senhor com o desodorante vencido... Seria predestinação? Vai saber... E se no avião também acontecer esta tragédia? Mas não aconteceu: não vimos mais o dito cujo! O vôo foi ótimo. Serviram-nos uns sanduíches de pasta de atum e cerveja Heinecken (minha escolha...), vinho tinto e suco de laranja. Depois deste lanche eu dormi prá valer, até próximo a Lisboa. Chegamos no horário previsto, desembarcamos e fomos tomar um táxiaté o hotel (não tivemos que passar pelo controle da alfândega). Os preços das corridas são bem acessíveis, lá. Do aeroporto ao hotel pagamos 15 euros, mesmo sendo cobrada taxa extra por cada mala e deixando uma gorjeta para o motorista! E era um Mercedes-Benz! Em Portugal a frota é bem moderna, quase todos são desta marca. O trânsito estava meio caótico, devido ao horário (eram umas 6 da tarde, hora do rush!). Levamos uns 25 minutos até chegarmos ao Ibis José Malhoa. Nossa reserva estava "OK": pagamos 275 euros, com o cartão de crédito, por cinco noites, café da manhã não incluído, que foi nossa opção. Subimos, tomamos um banho e descemos. No saguão, além de muitos brasileiros, há dois terminais e um computador para acesso à internet, FREE! Mandamos mensagens para nossos filhos e amigos. Saímos para uma volta de reconhecimento pelasredondezas, já que a informação é que não é perigoso andar a pé por aquelas bandas, desde que não seja muito tarde da noite. Fomos até uma grande loja de departamentos, a umas cinco quadras do hotel, chamada El Corte InglésLá dentro tem um grande supermercado, área de eletrônica, alimentação, roupas e vinhos (muitos vinhos!). Compramos água mineral, uma garrafa de um branco português "Monte da Charca", um queijo português (muitos tipos e marcas para escolher!) e uns biscoitos salgados (portugueses, claro...). Voltamos ao hotel e, enquanto esperávamos vagar algum terminal para entrarmos na internet, tomei uma dose de Campari com uma rodela de limão e gelo (2 euros 75). Quando um dos terminais foi desocupado Mary enviou outra mensagem para nossa filha e verificou que nenhum dos filhos estava "on line". Então subimos para nosso quarto, tomamos o vinho, comemos parte do queijo e dos biscoitos e fomos dormir.