quarta-feira, 14 de abril de 2010

21° e último dia: Lisboa, Paris, Rio de Janeiro e Vitória

Este foi o dia de voarmos de volta para o Brasil. Acordamos cedo, 7h, e descemos para tomar o café da manhã numa "cafetaria" em frente ao hotel, a "Continental". Pedi um capuccino e Mary um café com leite, além de dois pães com manteiga (4€20). Pagamos no caixa e pedi para aquecer os pães. A senhorinha do caixa nos disse, não muito satisfeita, que deveríamos ter pedido pão "kente" (esta foi a maneira que consegui escrever para representar a pronúncia...), pois os preços são diferentes! Entretanto a moça que nos serviu "caprichou" na manteiga e colocou os pães no forninho, deixando-os "no ponto"! Voltamos, então, ao hotel, tomamos outro banho, terminamos de arrumar as malas e descemos para fazer o check-out.O atendente do hotel, Marcos, no balcão, tentou telefonar para a Air France para verificar se estava tudo certo com nossas reservas. Depois de algumas tentativas eu mesmo falei com uma "assistente" da empresa, a qual informou-nos que nossos nomes estavam na lista de embarque, que estava tudo "OK" e que o check-in, no aeroporto, iniciaria-se duas horas antes da decolagem, quer dizer, às 16:20 LT (local time). Colocamos, então, as malas no carro e rumamos para o aeroporto. No trajeto decidimos que deixaríamos lá as bagagens no guarda-volumes e, então, iríamos levar o carro para devolver à locadora. Quando chegamos, descarregamos as malas e Mary ficou tomando conta delas, aguardando eu voltar do estacionamento. Guardei o veículo mas não reparei que eu estava no piso inferior e que tinha deixado Mary no piso superior. Fui procurá-la e andei muito, para lá e para cá, não a encontrando, até que "caiu a ficha" e eu subi as escadas: estava Mary lá, sentadinha, no saguão do Terminal 1, em frente ao portão 1, rodeada de malas, meio apreensiva porque eu não aparecia! Eu já tinha verificado o preço do guarda-volumes: 4€90 cada 24 horas por mala de 10 a 30 kg e 2€90 por mala de até 10 kg de peso. Fizemos as contas: iríamos gastar €14 e concluimos que não valeria a pena. Voltamos ao estacionamento, embarcamos as malas novamente nele, pagamos 1€20 e seguimos para a locadora. No caminho completamos o tanque com combustível: 16€15. Quando chegamos à estação de trens Santa Apolônia, Mary foi até o balcão da Interrente voltou com a assistente Kelly, uma brasileira de Campo Mourão, Paraná, que está em Portugal há 9 anos, com o marido e a filha de 15 anos, mas que vai voltar para o Brasil, já que as condições de trabalho "já foram melhores por aqui", segundo ela...A Kelly inspecionou tudo (tanque cheio, quilometragem, etc.), fez algumas anotações e nos liberou: tudo certo! Tiramos as malas e fomos, com elas, até o escritório da locadora para acertar nossas contas, e não tivemos que pagar mais nada: rodamos 1500 km (!) com este carro e 500 km com o que havia dado defeito! Tudo resolvido, fomos para o ponto de táxi e embarcamos, com todas as malas, para o Aeroporto da Portela, seu nome oficial, a 10 minutos dali. Chegamos, pagamos a corrida (só €10!) e ficamos aguardando nossa hora de embarcar. Enquanto isso fizemos uma "boquinha": comemos um sanduba cada um, Mary bebeu uma garrafinha de suco e eu uma latinha da cerveja Superbock (12€20 por este lanchinho!!!!). Ela, em seguida, foi ao balcão da Air France e descobriu que havia um vôo para Paris às 15:40 h, quase três horas antes do nosso! No balcão da empresa nos informaram que era possível embarcar nele, só teríamos de nos apresentar para fazer o check-in e, se houvessem lugares vagos, embarcaríamos. Enquanto aguardávamos, Mary deu uma voltinha pelo aeroporto e eu fiquei esperando-a sentado à mesa da lanchonete onde havíamos nos intalado. Um rapaz, queestava sentado numa mesa em frente, se dirige a mim, com uma caixa na mão e, em espanhol, me pergunta se eu gostaria de ficar com ela, que eram um "pain aux chocolate" e um bolo e que, se eu não quisesse, ele iria descartar, porque tinha que embarcar naquele momento! Agradeci e disse-lhe para deixar ali mesmo, em cima da mesa. Quando Mary retornou, contei-lhe o ocorrido, pedi para ela me comprar um capuccino e, ali mesmo, "traçamos" aquelas iguarias! Enfim, era chegada a hora: voltamos ao balcão, fizemos o check-in e embarcamos. O avião decolou às 15:40h, como previsto. Eu me sentei entre Mary e uma senhora (acho que francesa...) e, durante o serviço de bordo, serviram-nos sanduíches de presunto e queijo, pedimos água (Perrier, em latinha!) e vinho tinto. Minha vizinha pediu café. Quando o comissário de bordo me entregou a latinha de água e eu a peguei, ela escorregou da minha mão e PLAFT!!!, caiu dentro da xícara de café da senhora, esparramando o líquido quente para todos os lados, principalmente na roupa dela... Que desastre! Que vergonha! Eu pedi MILHÕES de desculpas (em inglês, of course!), o comissário tentou ajudar, enxugando com um pano, mas a m... estava feita! A senhora foi até o banheiro e voltou com cara de poucos amigos (também, pudera!). Ela ficou "emburrada" o resto da viagem e com razão (eu nem olhei mais para o rosto dela...). Aterrissamos em Paris no horário, 19:00 h LT (uma hora, a mais, de diferença para Lisboa). Como nossas bagagens haviam sido despachadas diretamente para o Rio de Janeiro, ficamos à vontade, somente tendo que carregar as bolsas de mão. Nosso vôo para o Brasil decolaria às 23:20 h e, enquanto isso, fui "dar um giro" pelo free shop enquanto Mary ficou tomando conta da bolsas. Eu comprei algumas garrafas de vinho "nacionais" (de novo...), umas barrinhas de chocolate suíço e uma caixinha de"tartelettes aux citron" (umas tortinhas de limão) para levar para o Brasil. Como "descobri" 4€80 em moedas na minha carteira e as casas de câmbio não as aceitam para trocar, tinha que "torrar" esta vultuosa quantia e, então, voltei para comprar duas caixinhas de palitos de chocolate e uma caixinha de palmières, aquela massa folhada e assada, em forma de coração (a conta: exatamente 4€80!). Bom, missão cumprida, aí foi a vez de Mary "passear" pelas lojas. Ela também comprou algumas garrafas de vinho "da região" para presentear. Chegando a hora de embarcar, passamos pelo raio-X e entramos em outro Boeing 747, o "Jumbo". Muita gente lá dentro, novamente! O vôo estava LOTADO, mais uma vez! E, para nossa surpresa (!), colocaram-nos em duas poltronas centrais na fila de quatro poltronas no meio do avião, ou seja, para sairmos para ir ao banheiro ou qualquer outra coisa, teríamos que incomodar uma das pessoas que estavam nas poltronas externas... Ao meu lado estava uma carioca, com uns 30 nos de idade, moradora na Europa. Na outra ponta um "gringo" mau humorado (Mary desconfiou que ele tinha tomado umas e outras a mais...). Decolamos com quase meia hora de atraso. Logo após a decolagem ela pediu ao gringo, em inglês, para ele desligar a luz de leitura, já que ele não estava lendo e que estava incomodando-a. Ele, tentando encontrar o interruptor, que ficava no braço da poltrona, quase arrancou-o! Mas conseguiu... Os comissários de bordo, então, passaram a entregar aos passageiros o cardápio do jantar: como prato principal, almôndegas de cordeiro ou filé de robalo! Combinei com Mary que eu iria pedir uma das opções e ela a outra, para experimentarmos de tudo! Na hora de servirem o jantar, chegou a informação: Não havia cordeiro, nem peixe (vai entender...)! Ofereceram, então, frango ou salada depenne... Tinha salmão, mas havia acabado... Só nos restou pedir frango e vinho branco para acompanhar. O frango era um pedaço de peito, grelhado, com arroz e alguns legumes cozidos. Para dar aquele "toque do Chef" e minimizar o efeito do arroz já meio seco por ter sido aquecido no microondas, despejei sobre ele metade da manteiga que veio junto com o pãozinho, o sal e a pimenta. Melhorou um pouco... Para finalizar a refeição, um licor para Mary e um conhaque para mim. E tentamos dormir. As poltronas são bastante desconfortáveis e o espaço, tanto da poltrona da frente como das aos lados, são exíguos e tornam uma viagem longa como estas, um suplício... Mesmo assim consegui dormir um pouco. Acordei lá pelas 3 da manhã (horário do Brasil), bem na hora que o café da manhã estava sendo servido: nada de especial, mas bem "reforçado"( café ou chá, leite, dois tipos de pão, manteiga, geléia, bolachas, iogurte), enfim, sem reclamações... Aterrissamos no Aeroporto Antônio Carlos Jobim, o Galeão, exatamente às 5:20 h da manhã. Desembarcamos, pegamos nossas malas na esteira (chegaram as duas, intactas!) e fomos ao free shop, já que nosso vôo para Vitória só decolaria às 10:30 h e ainda eram 6 e meia da manhã! Não compramos nada e fomos ao balcão da GOL verificar se haveria alguma possibilidade de chegarmos mais cedo em casa. A atendente nos informou que sim, que havia um vôo que decolaria às 8:30 h e que, se pagássemos uma pequena (!) diferença de tarifa no valor de R$536,00 (isso mesmo, QUINHENTOS E TRINTA E SEIS REAIS!) para cada um, poderíamos embarcar mais cedo (há, há, há!)... Preferimos seguir nosso horário e ficamos no aeroporto, aguardando. Tomamos um espresso, comemos um pacotinho de biscoitos, uma barra de cereais e um iogurte, que Mary havia guardado em sua bolsa, e fizemos o check-in. Não tivemos problemas com as malas, mesmo uma estando com 25 kg e a outra com 28 kg e apesar do vôo não ser internacional (que alívio!). Embarcamos no horário, decolamos e aterrissamos como previsto. Pegamos as bagagens e encontramos com nossos filhos, que já estavam nos aguardando. Começamos, ali mesmo e naquele momento, a matar um pouco das saudades deles, a colocar as conversas em dia e a planejar a próxima viagem, quem sabe para o Chile e Patagônia? Acho que será uma boa idéia! Todos gostaram... Com certeza ela também irá gerar outro diário e outro blog, quem sabe até um livro! Para encerrar estes registros, preciso dizer que alcançamos nosso objetivo e que as experiências vividas nestes 20 dias foram fantásticas! Tudo deu certo, apesar de algumas pequenas dificuldades passageiras, como o defeito no carro, por exemplo. Mas que não nos tiraram o entusiasmo de continuar, de conhecer outros lugares, outras culturas, outras pessoas, além de outra gastronomia. Como no ditado popular, "o importante não é a vida que se leva, mas sim o que se leva da vida...". Agora estava na hora de chegar em casa e encarar "aquela" macarronada à bolonhesa, que a fome já estava apertando...